segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Gêmeos? Seria uma opção?

Durante esses últimos dias, tenho pensado muito na decisão que logo logo teremos que tomar: Implantar um ou dois embriões?

Das decisões que já tomamos, acho que essa vai ser a mais difícil. Pra mim, que vivo na internet lendo depoimentos e histórias de FIV's, sei o quanto é difícil e o quanto o percentual de sucesso é baixo. Para mulheres da minha idade, a taxa de sucesso gira em torno de 35% - ou seja, não são tão baixas assim, porém, não tão altas quanto eu gostaria, mesmo ganhando de lavada nos 20% de chances de se engravidar de forma espontânea (veja, a gravidez é um milagre! Uma combinação perfeita de tudo! Tudo tem que dar 100% certo para nascer um bebê perfeito). 
O problema é o custo. 
A técnica é cara! E a conversão, pode ser sim, baixa. O custo, na clínica que estou fazendo o tratamento é de R$ 21 mil reais (incluindo medicação e congelamento de possíveis embriões não utilizados na primeira tentativa). Li algumas histórias, do tamanho do sacrifício que vários casais fazem para poder ter, no final de 40 semanas, ou um pouquinho antes se o beber adiantar, seu pequeno "milagrinho". E muitas vezes, duas ou três tentativas estão fora de cogitação! Não podemos errar! 
Acho que também tem um "que" de psicologia aí... na primeira tentativa, imagino que a positividade seja muito grande. A expectativa que dê certo de primeira! Tem uma energia muito grande para que o sucesso do tratamento venha logo de cara. Penso, também, que numa segunda tentativa, a mulher mantém os pés no chão, pois na primeira, o tombo foi grande - sempre é, acho que a frustração é arrasadora. Elas têm muita coragem, pra juntar os caquinhos e tentar novamente.. Será que terei essa força? Será que terei essa coragem?
Mas então, se eu tenho 35% de chances de conseguir de primeira, qual seria o motivo de não implantar apenas 1 embrião e aguardar o sucesso, sem nem pestanejar? Muitos. Estou com medo, meu emocional é totalmente abalável! Sou daquelas que, quando algo dá errado, sinto que o mundo vai acabar e que não vai dar tempo de limpar o salão para dar uma nova festa. 
De TODAS as meninas que conversei no Baby Center, todas que opinaram sobre a situação foram unânimes sobre implantar 2 embriões!
Porquê? 
Engravidar, talvez seja a parte mais fácil do processo. Ter seu beta positivo após o FIV é uma vitória sim, porém, existe uma dificuldade em que o embrião resista à implantação no endométrio, levando a um aborto espontâneo em algumas semanas. Também tem outra situação: a gravidez anembrionária, que aparece, apenas no momento da ecografia, um saco gestacional vazio, ou seja, sem bebê. Aí é só esperar o aborto espontâneo :(
Pensando em tudo isso, eu conclui que quero ter duas chances! Eu quero ser a sortuda! Eu quero que dê certo de primeira! Se o resultado disso é nascerem dois pequenos milagrinhos, digam a todos que sim, gêmeos é uma opção!




Referências:





terça-feira, 16 de agosto de 2016

Ovodoação! Doação compartilhada..


Ontem fui ao meu médico. Primeira consulta como uma paciente de fertilização. 
Ao analisar minha histero, ele já foi enfático que apenas a FIV poderia me fazer engravidar novamente.
Tirei as dúvidas: para iniciar o tratamento, começamos a tomar medicação injetável a partir do 1º dia do ciclo (dia da menstruação). Essa medicação tem por objetivo uma super dosagem hormonal para amadurecer vários óvulos ao mesmo tempo, para então ser coletados após 12 ou 15 dias do ciclo. A medicação é super controlada, depois de 5 dias, eu terei que ir até a clínica fazer ecografia à cada dois dias, à fim de acompanhar o crescimento dos folículos. 
Depois da coleta, feita por um procedimento sob anestesia geral por gerar certo incômodo, via vaginal, é feito a Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI) já que no mesmo momento da coleta dos óvulos, se realiza também a coletada de sêmen por meio de masturbação. Nesse processo, um embriologista, após selecionar os óvulos maduros e os espermatozoides serem também selecionados, com a ajuda de um microscópio, o especialista injeta o espermatozoide para dentro do óvulo.
Pronto, agora só deixar a química e a biologia acontecerem e em 5 dias, mais ou menos, veremos se o embrião, cultivado no laboratório, chegou a fase de 8 células ou de blastocisto (mais de 200 células, embrião entre 6 a 7 dias). Então chegou a hora de implantar o embrião no útero. =)
Essa parte deve ser a mais emocionante, colocar seu neném dentro de você de novo! Esse procedimento, bem mais simples que a aspiração de óvulos é parecido com um exame ginecológico comum, sem incômodos ou anestesia. Após 14 dias, mais ou menos, fazemos o teste de gravidez e a mágica pode acontecer!!  E o Beta HCG pode indicar a gravidez. Que deu certo. Que o embrião fixou no endométrio.
Mas então, a dúvida que tive, foi na questão de implantar 1 ou 2 embriões. Ter gêmeos não seria fácil para a nossa estrutura, o Rafa não quer. Mas pensando pela matemática, duas chances é melhor que uma, certo? Depende. Depende da "qualidade dos embriões". Se o médico entender que a FIV resultou em pelo menos um ótimo embrião, vale a pena a tentativa para o resultado. Se forem dois mais ou menos, vale a pena tentar dois embriões, apostando todas as fichas na mesma tentativa.
- Mas Dr. não podemos errar, a grana é curta! 
- Não sei se seria o seu caso, mas vc já pensou em "Ovodoação" por doação compartilhada?
Não, não tinha. Funciona mais ou menos assim: Eu faço o tratamento com os hormônios para amadurecer os óvulos e, encontrando uma receptora, geralmente uma mulher que tem problemas nos ovários porém tem um útero perfeito, que precisa de óvulos para a FIV, e compartilho os óvulos resultantes da aspiração com ela. Em troca, ela custeia a minha FIV. Uma mão lava outra e as duas se ajudam, simples assim. 
Então é isso, a clínica vai procurar na lista de espera alguém que precise dos meus óvulos! Inclusive, hoje fiz ecografia dos ovários e tá cheinho de óvulo crescendo lá! Se Deus permitir, conseguiremos achar essa receptora e ainda ter óvulos suficientes para as duas! Fiquei pensando, às vezes o destino prega peças na nossa vida. Vai que o meu problema aconteceu para que eu pudesse ajudar outra pessoa no sonho de ser mãe! Vou ficar feliz em dobro se isso acontecer! 

Referências:
http://www.omeulaboratoriodesonhos.com/2014/02/o-que-e-um-blastocisto.html
http://www.procriar.com.br/fertilizacao-in-vitro-com-micromanipulacao-de-gametas-icsi  


segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Porquê FIVenta? Porquê escrever?

FIVenta: s.f.; Mulher que tenta, por meio da técnica de fertilização in vitro conceber um bebê; engravidar por meio da FIV; 

Resolvi compartilhar com outras mulheres, o caminho que venho trilhando junto com o meu marido para engravidarmos. Depois de 1 ano e meio de tentativas, e buscando soluções para realizar o sonho de ter meu segundo filho (primeiro do Rafa), chegamos à última e temida alternativa: A Fertilização in vitro. 
As primeiras 4 postagens contam um pouquinho do que passamos durante o período de tentativas! Espero que minha experiência ajude várias tentantes na busca de seu baby a não desistirem. Fácil não é, no nosso caso, mas seguimos na luta.


Eu sou a Tamires, tenho 27 anos, um filho lindo de 6 anos e um marido maravilhoso que merece se tornar pai! Esse é o nosso sonho.

Tentante parte IV

Dia 01 de junho de 2016
Marcamos a vídeo – que medo! Mas vai dar certo!!! Se Deus quiser, agora vai!
Fiz a vídeolaparoscopia, que viagem, nunca tinha feito nada com anestesia geral. O médico disse que abriu as trompas, deu para salvar! Vai dar certo!!!!  Na consulta de retorno, ele explicou sobre os riscos de ter uma gravidez ectópica e na possibilidade das trompas fecharem novamente, após a cicatrização, mas que eu poderia tentar, por um ciclo. Após isso, devo fazer a histerossalpingografia novamente (e dessa vez, eu já sabia pronunciar direitinho, como esquecer o nome do monstro que trouxe a má notícia da primeira vez?).
Namoramos muito no mês de Julho, em férias pelo Uruguai e Argentina, já estava prevendo que o baby teria sido concebido na viagem. Mas, na data prevista veio a menstruação! Que decepção. Que tristeza. Não deu. De novo. Acho que não consigo contar quantas vezes essa frase passou pela minha cabeça: É, não deu.
Dia 11 de agosto, às vésperas do dia dos pais, será que darei esse presente para o Rafa? Vai que deu dessa vez? Vamos fazer o Beta para a histero (já fiquei intima), pensei de novo em um Beta positivo – acima dos 25 m/L sangue. Não detectável. Meu pesadelo continua. Dia 12 de agosto, dia do exame que me deixaria aos prantos novamente. Pedi até folga no trabalho. As cólicas doem. O médico até brincou comigo, que eu voltei, tive a coragem de voltar – e que já sabia todos os passos, poderia comandar ali as etapas do exames – eu já chorava.  Estava nervosa, ansiosa. Era uma tentativa, mas a esperança que desse certo, que o contraste ia passar, e que eu não precisaria da FIV era maior que eu. Fiz, doeu. – Dr, passou o costraste? – Infelizmente, não. Sinto muito.
Acabaram as chances. Pranto. Choro, soluço. Até a enfermeira chorou comigo. Tentava me consolar, mas não conseguia. Eu simplesmente não conseguia parar de chorar.  Sai da sala e ao encontrar o Rafa, repeti mais uma vez: - Não deu.
Choro, choro, choro. Abafados no ombro dele.

Nesse dia decidimos: Vamos fazer a FIV. Nós queremos um filho e vamos realizar. Vai acontecer. Ele merece, será um ótimo pai, que sabe educar, que sabe dar carinho, que tem a postura de um pai. Aliás, o Pedro também merece um irmão, ele reclama que não gosta de brincar sozinho, e que o Rafa chega muito tarde pra brincar com ele.

Tentante parte III

Dia 04 de abril de 2016
Levantei a cabeça e fomos à consulta com a Dra. Rossana, não há muito o que fazer, Tamires, o ideal seria vocês partirem com um especialista em reprodução humana. Fertilização in vitro é o tratamento para se chegar à uma gravidez no nosso caso.
Mas o que o Google tem a dizer sobre isso? Google, no sentido mais amplo, são os artigos que lia incansavelmente, os depoimentos de outras mulheres que passaram pela mesma situação que eu, principalmente do Baby Center Brasil – onde escrevi pela primeira vez sobre o que acontecia comigo – e os sites de clínicas especializadas em fertilização. Google dizia que a vídeolaparoscopia poderia corrigir as trompas e a mulher poderia engravidar naturalmente. Aliás, li alguns depoimentos de mulheres que engravidaram. Vai dar certo! Quero fazer a vídeo!
Próximo passo: encontrar o tal especialista (de preferência que atendesse pelo plano). Encontrei o Dr. Gustavo, mas ele não realiza a cirurgia, quem faz a vídeo seria o Dr. Rafael, muito seguro na consulta (e muito atrasado também), já me passou todos os exames para a vídeo, não me explicou muita coisa, me deixou insegura, não gostei. Sei que médicos devem ser práticos e não se envolverem com sentimento nas questões dos pacientes, mas ele foi muito seco, objetivo ao extremo.  Pedi conselho sobre a minha escolha, já que também tinha agendado com o Dr. Cesar Cornel (para daqui um mês) uma consulta. Minha médica foi enfática: Decida por alguém que te opere e que siga com o tratamento, já que o Dr. Rafael era especialista em endometriose, ele não seria a melhor opção para alguém que buscava uma gravidez.
Meu Deus, que caminho comprido. Para minha sorte, a secretária do Dr. Cesar me liga – Tivemos uma desistência, você pode vir? – Claro que eu posso!
Eu e o Rafa fomos juntos, novamente. Ele explicou sobre o meu problema, explicou sobre a cirurgia e também sobre uma possível fertilização. Na verdade, ele deu uma aula! Foi ótimo! Me senti segura!
Mais exames. Agora foi a vez do mapeamento de endometriose. O pré-exame chatinho também. A médica falou que a obstrução das trompas foi causada por endometriose, ela via milhares de pontos de endometriose – inclusive no meu intestino. Mas gente, nunca fui de ter cólicas fortes, porque será que isso está acontecendo.
Com o resultado desse exame, o médico solicitou mais um exame, uma ressonância magnética para ver a que ponto meu intestino estava comprometido. Que pesadelo.  Se necessário fosse, eu precisaria de outro medico especialista nessa área para fazer a cirurgia.

Ressonância Magnética, que exame horrendo! Chato, demorado! Barulhento. Mas o resultado foi animador, finalmente! Nada de comprometimento em nenhum órgão interno. Poderei operar com o Dr. Cesar! 

Tentante parte II

Dia 6 de janeiro de 2016:
 - Dra, ainda nada de bebê!  
- Vamos repetir exames de sangue. E chegou a hora de conferir se a mamãe está ovulando. Partiu US seriada. Ela funciona assim: você vai à clinica de imagens a partir do 10º dia do ciclo, para ver se os folículos estão em desenvolvimento para a ovulação, e então retorna no 12º dia para ver se a ovulação aconteceu ou se precisa repetir no 14º dia. No meu caso, na segunda US seriada já constatamos:  Estou ovulando! Mas o que será que está errado comigo? Será que é incompatibilidade com o Rafa? Afinal eu já engravidei uma vez...
Então, fui apresentada ao monstro, chamado HISTEROSSALPINGOGRAFIA! Que nome estranho, não consigo nem pronunciar direito, histero, histero, o quê mesmo? Dúvidas, mais dúvidas! Googleeee? Exame com anestesia, que dói, cólicas, muitas cólicas. Ai meu Deus, que medo.  O plano não cobre com a anestesia o exame, então tive que encarar. Foi no dia 31 de março. Preparação para o exame super chatinho de fazer. No dia anterior fazer um Beta HCG (já pensou descobrir que já estou grávida?), utilizar supositório de glicerina, e tomar buscopan! Deve dar cólica mesmo...
Que monstro! Chegamos na clínica. Entrei na sala. O exame, na verdade, consiste em tirar radiografias enquanto o médico introduz um contraste na vagina para verificar se ele passa por toda a extensão das trompas, caindo na cavidade abdominal. Primeiro ele abre a vagina, como fazem no preventivo, em posição ginecológica; faz a assepsia (que dói); então introduz o cateter e “pinça” uma sonda lá no colo do útero (dói muito!); e devagarinho vai introduzindo o contraste de iodo, enquanto tira as radiografias. Ele introduziu pela segunda vez o contraste, pois da primeira, o contraste não passou, dessa vez ele faria com mais pressão, para que o líquido passasse. Não passou. Mais uma vez, pode ser? Vai que agora passe, se não passar, encontramos a causa da infertilidade. Não passou de novo. Que dor. Doeu muito, a cólica foi uma dor pífia à dor que senti em descobrir a causa. Trompas obstruídas. Nesse  dia fiquei em casa, não consegui trabalhar, não conseguia parar de chorar. Que tristeza, que dor, que dor!

O Rafa sempre mais otimista. – Agora já sabemos porquê não estava dando certo. Agora vamos tratar e vai dar certo! 

Tentante parte I

Dia 01 de janeiro de 2015 
       
Foi quando tudo começou. Sabe aquelas resoluções de ano novo? Sabe quando você deseja e encontra alguém que também deseja? Na verdade você deseja mais em satisfazer o desejo desse alguém do que somente desejar por si próprio. Então... meu desejo de ser mãe pela segunda vez só veio por ver o quanto o Rafa merece ser pai! Ele nasceu para isso. Ele sabe cuidar, sabe educar, sabe dar carinho, tem a postura de pai.
Desde o começo do nosso relacionamento eu já sabia: Terei mais um filho, um filho do Rafael.
Parei de tomar a pílula! Ufa! Agora é só esperar! E claro, consultar um médico. Mas já preciso de uma ginecologista/ obstétrica para já dar sequencia no pré-natal. Consultei com a Dra. Rossana no início de fevereiro. Ela me pediu os exames de rotina, de sangue e ecografias, para ver se estava tudo bem e também para iniciar com o ácido fólico. Fiz os exames de sangue. Tudo ótimo. Preventivo, também tudo certo. Ultrassonografia, opa! Problema! Cisto no ovário! Putz, e agora? Google? O que me diz disso? Calma Tamires, cistos são normais em determinado período do ciclo. Melhor falar com a Dra. - Dra, e esse cisto?  - Cisto são normais em determinado período do ciclo! (Igualzinho o que o google disse) – Temos que repetir o exame daqui alguns meses, enquanto isso, pode “namorar” bastante.
Ah, esqueci de falar, o aplicativo Period Calendar já estava à postos! Afinal, namorar no período fértil é imprescindível para o bebê vir!
E namoramos, namoramos, namoramos e nada!
Vamos tentando, daqui a pouco vem! E a cada menstruação que descia, uma decepção: Não foi esse mês, quem sabe mês que vem! Período fértil de novo, namoro, menstruação... que círculo vicioso, meu Deus! Foi tão fácil da outra vez. O Rafa disse que a minha ansiedade atrapalha, deve ser isso. Não vou ligar, seja o que Deus quiser, vamos focar em outra coisa, focar no trabalho, no corpo, fazer exercícios físicas, ajuda para uma gravidez saudável. Em seis meses voltei! A G.o. pediu que o Rafa fizesse o espermograma, para investigar se estava tudo bem com ele. Marcamos e o resultado foi um acalorado: Tudo normal! “Então namorem mais!”

E assim passou um ano.