quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Beta Negativo Dolorido.

Hoje de manhã acordei animada para o meu exame de sangue. No 12º dia já conseguimos "medir" a presença do bebê pelo Beta hcg - mas eu, a mãe, não senti nada. Ontem comentei com uma tentante que estava achando muito estranho, não tinha sintoma nenhuma. Na ida ao trabalho, antes do exame, conversei com o Rafa e eu disse que achava que não tinha bebê, pois eu não me sentia grávida. Ele até me lembrou que eu estava reclamando de sono, e realmente estava. Poderia ser um sintoma. Muitas mulheres não tem nenhum sintoma, poderia ser meu caso. Cada gravidez é diferente, na minha primeira, os enjôos foram devastadores... é, essa poderia ser uma gravidez diferente, mas não foi. Eu não estou grávida. Só que eu já sabia disso, só não sei dizer ao certo em que momento comecei a me preparar para o possível negativo.

Mas não tem jeito, expectativa é um troço frustrante! Por mais que eu estivesse consciente que nada seria tão fácil, ver aquele 0,10 me chocou e o choro foi inevitável. Chegar até aqui foram várias batalhas vencidas, preciso me orgulhar disso. A luta continua... não agora. Agora é hora de cessar fogo e realinhar o exército. O meu corpo tá cansado, minha cabeça frustrada e o coração, muito chateado. Chorar foi bom, é quase um luto. Mas o mundo continua a girar. A vida segue. Ninguém mudou seu dia porque não deu certo, nem mesmo eu. A tristeza parece brisa que vai e de repente volta. Mas o verão tá chegando, e já já será hora de batalhar com novos guerreiros que estão congeladinhos, esperando a oportunidade de serem transferidos para um lugar bem mais quentinho. Mas não agora, agora é hora de cessar fogo. 

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Dia a dia do embrião até o Beta

Hoje estou no 3º dia pós transferência e achei no blog da Rê Lima um resumo do dia a dia do embrião até o dia do exame BetaHCG:

Transferência de embriões D3 (3º dia)

* 1º dia: O embrião continua a crescer e desenvolver-se, evoluindo de um embrião de 6-8 células para uma mórula. 
* 2º dia: As células de mórula continuam a se dividir-se, evoluindo para um blastocisto.
* 3º dia: O blastocisto começa a eclodir para fora da casca.
* 4º dia: O blastocisto continua a eclodir para fora da casca e começa a se fixar no útero.
* 5º dia: O blastocisto penetra profundamente na camada do útero, iniciando a implantação.
* 6º dia: A implantação continua.
* 7º dia: A implantação está completa. As células que eventualmente formarão a placenta e o feto começam a se desenvolver.
* 8º dia: O hormônio da gravidez (HCG - Heman Chorionic Gonadotropin) começa a entrar na corrente sanguínea.
* 9º dia: O desenvolvimento fetal continua e o hormônio HCG continua a ser secretada.
* 10º dia: O desenvolvimento fetal continua e o hormônio HCG continua a ser secretada.
* 11º dia: Os níveis de HCG são altos o  suficiente para detectar a gravidez.
* 12º dia: O dia do exame chegou!!! Dia do BETAAAA!!!


Fonte: https://endometrioseeinfertilidade.blogspot.com.br/2014/08/o-desenvolvimento-do-embriao-dia-dia.html?showComment=1476153116164#c8931400869565358773

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Punção: done! Transferência: Done!!

Agora é oficial! Tenho dois bebêzinhos comigo! 
O caminho até aqui foi muito rápido! Passou voando...

No domingo descobri que já estava com os folículos suficientemente "crescidos" para realizar a punção de óvulos. Para o procedimento, tomamos hormônio HCG, no meu caso Ovidrel, 36 horas exatas antes de ovular. Esse hormônio faz o grand finale da estimulação, desprendendo os óvulos dos folículos e deixando livres para serem aspirados.

 No dia da punção, terça-feira, dia 4, 9h da manhã, estava eu e meu marido na clínica para realizarmos a coleta de nossos gametas. O dele foi mais tranquilo, a punção dos óvulos, mais chatinha, tem sedação. Dormi feito um anjo e acordei com ótimas notícias: 18 óvulos aspirados!

Fiquei com 9 pra mim e 9 para a receptora! Fui uma ótima parceira para ela, entregando muitas chances dela também conseguir o positivo. 

Dos 9 embriões, 5 fecundaram. Dos 5, dois classificados A8, ou seja, apresentam 8 células, regulares e com menos de 10% de fragmentos. Melhor classificação, impossível!!!

E hoje foi dia da transferência.

Estava eu, às 11h na clínica, com a bexiga cheia e com o coração cheio de amor. 

Olhando os meus bebês, pelo monitor, sendo colocados, com muito carinho, no meu útero. Que sensação maravilhosa. Que felicidade tremenda. 

Eles já estão aqui comigo, e com a sensação que deu tudo certo... Que Deus abençoou cada dia do meu tratamento, para ser perfeito. 

Estamos muito otimistas com o positivo!!!

Amor de mãe é uma coisa louca, a gente ama, imensuravelmente, um ser tão pequeninho e tão frágil que precisa lutar dia a dia para crescer e se desenvolver. E há quem diga que ainda são apenas células... que pena, não sabem o quanto é bom o amor de uma mãe pelo seu filho. A gente ama e já sente a presença de nossos filhos, mesmo descobrindo tão cedo que eles estão em sua barriga.

No começo, colocamos dois embriões, imaginando aumentar as nossas chances, mas hoje, com eles aqui dentro, só quero que se desenvolvam com muita saúde e venham a esse mundo trazer uma felicidade inexplicável para nossa família.

"Meus filhos, mamãe ama muito vocês dois! Cresçam e me encham de orgulho! <3 "

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

7 Fatos sobre a indução de óvulos

1. Tudo pode mudar!!
Cada organismo é diferente.
Todas as mulheres que conversei, utilizou o medicamente Gonal para a estimulação dos folículos. Meu médico, após a ecografia me passou o Fostimon 150. No começo fiquei desconfiada, mas acredito que por ter um organismo um pouco acelerado, o médico não quis arriscar uma medicação tão forte. Ponto para ele! O Fostimon cumpriu o papel, na primeira ecografia, tivemos uma ótima evolução dos folículos. Também, inicialmente, o médico recomendou 6 doses (1 por dia), com a ecografia no 5º dia de medicação, já verificou não sendo mais necessário tomá-lo, e já começou a medicação com o Pergoveris e Cetrotide. A dica é: nunca compre mais medicação até a próxima ecografia. Os rumos da estimulação pode mudar a qualquer momento.  

2. Custa caro!!
As ampolas são caras! Cada dose de Fostimon saiu R$ 208, Pergoveris, R$ 273 e Cetroide R$ 260. Tenho ainda a tomar no final da estimulação, o Choriomon, mais baratinho, R$ 100 reais cada ampola.
Para  7 dias, já gastamos quase R$ 2.500. E ainda tem mais! Em torno de mais 4 dias de tratamento. No final, postarei uma tabela com os custos dos medicamentos e quanto custou para mim.

2. É trabalhoso!!
É aquela coisa: Injeção todo dia. Envolve preparo, cuidado e principalmente um tempo. Para cada aplicação, pode contar aí uma meia hora por dia, para fazer tudo bem devagar e com calma. 

3. Você se supera!!
FATÃO!!! Eu sou uma pessoa cagona. Fato. 
Em poucos dias, percebi que superar o medo da agulha foi o maior aprendizado desses dias. Nunca imaginei ser possível eu mesma me aplicar uma injeção. E olha eu aqui, me furando todo dia de manhã... 

4. É dolorido e causa muitos incômodos!!
A picada do Pergoveris dói. A aplicação do Cetrotide dói. Não bastasse a dor da aplicação, ainda tem os efeitos colaterais. Dor de cabeça, inchaço e vermelhidão no local da aplicação, incômodo no baixo ventre (sim, seus ovários estão enormes), e ontem, também tive náuseas e tontura após a primeira dose de Cetrotide e Pergoveris. E o emocional? TPM da braba. 

6. Parece que dura um século, mas é rapidinho
O tratamento é curto. Em média 12 a 15 dias no máximo. Acompanha justamente, o período do ciclo menstrual de toda mulher, onde a ovulação marca, exatamente, o dia de liberar s óvulos. No caso da FIV, coletar gametas madurinhos para fazer a fusão com o espermatozóide.

7. Significa mais um passo concluído com sucesso para realizar a Punção (coleta) de óvulos!!
Tá chegando... já já acabo essa parte do processo (chata, porém necessária).
Só de saber que tá chegando a hora de gerar no potinho nosso baibe, esqueço de tudo, fecho meus olhos, sinto a dor, respiro fundo e penso o quanto vai valer a pena. Estamos caminhando, de passos curtos e firmes, para a realização deste momento tão importante para nós. 

sábado, 24 de setembro de 2016

Atenção, senhores passageiros! Próxima parada: Punção de óvulos!

Começamos o tratamento! Agora é pra valer!

Ontem tive uma consulta com o Dr. Cesar e fizemos uma ecografia a noite! Sem nenhum cisto e alguns folículos já se apresentaram. Ele também me passou todos os exames exigidos pela Vigilância Sanitária, para fazer a doação de óvulos: Sorologia para DST'S (Aids, Sifilis, Hepatite C e Hepatite B) e também o mais recente exame de Zika, que eu nem sabia que também se tornou obrigatório por causa dos casos de microcefalia, recente no Brasil. Esses exames devem ser feitos 5 dias antes da realização da punção. Meu marido já pode fazer!

Era para descer no domingo, mas a M já chegou ontem mesmo, só para acelerar o processo e deixar tudo mais emocionante...

Hoje pela manhã, fui na clínica tomar minha primeira dose de medicamentos. Ele iniciou com o Fostimon 150 - por 4 dias. Na próxima quarta-feira, tenho que retornar à clínica para uma nova ecografia, a fim do médico ver se estou respondendo bem ao medicamento, que serve, essencialmente para estimular a produção de folículos. Como eu farei a doação de óvulos, temos a "necessidade" de estimular um tantinho mais do que se fosse apenas para mim, mas também, não pode ser muito, o que pode trazer muitos incômodos, e também, a "hiperestimulação". O esperado é produzir entre 15 e 20 óvulos maduros, e então, dividir com a receptora. 

A enfermeira me ensinou como me auto aplicar a injeção, parece fácil, bem na gordurinha da barriga, vamos ver amanhã como vou me sair. Essas drogas são fortíssimas para o corpo da gente, já sinto os primeiros efeitos colaterais: enjôo e tontura. Nada insuportável, mas que já pode ser sentido.

A próxima etapa, que deve ocorrer entre 10 e 15 dias, após esse período de estimulação/amadurecimento de óvulos e até mesmo de segurar a ovulação, será a punção de óvulos. Será o momento decisivo para saber se a doação se concretizará ou não. 

Será uma bela parada, com uma bela paisagem, uma paisagem que vai colocar dentro do potinho, meu milagrinho! <3 

Com o pé no chão, mas com muito otimismo! Cada passo é uma vitória de uma batalha.   

Obrigada a todos, pela força de sempre! 

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Conseguimos a receptora!

Good news!
Meu médico conseguiu a receptora!
Vamos iniciar o tratamento!  Nem estou acreditando...
Como meu ciclo ta chegando ja no sábado, minha consulta será na sexta,  depois de amanhã!   Vai começar,  na prática,  o momento tão sonhado! Vai ser uma grande batalha, mas estamos fortes,  haja o que houver.  Se Deus quiser,  meu positivo vem dessa vez!

ME SENTINDO MUITO FELIZ!  =)

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Contar ou não contar? Eis a questão!

Os dias têm passado um pouco devagar para a realização do nosso sonho. 

Passei uma semana sem pensar muito, sem ler nada sobre FIV, apenas acompanhando no grupo de WhatsApp que participo, "em busca de um positivo", a evolução das tentativas de algumas participantes e entendendo como é o dia a dia de quem já conseguiu, mas luta para segurar a gravidez. Nada fácil. Como eu digo para elas no grupo: Por enquanto sou apenas uma admiradora de 'barrigões' =)

Gosto de admirar os conhecimentos que tentantes adquirem, principalmente as Fiventas, que precisam saber muito de medicina, embriologia, biologia e principalmente de psicologia. O tratamento é arrasador, uma tempestade de hormônios. Minha tpm que não perdoa muito, será fichinha perante ao tratamento de indução dos óvulos. Seja o que Deus quiser. Vou assinar o contrato que diz que "durante esse período, tudo o que eu fizer ou disser, estarei errada, não serei eu, serão os hormônios", rsrs - Rafa agradece! 

Por não pensar muito, acabei me dando conta que talvez, escolhi poucas pessoas para compartilhar minha luta. Gostamos tanto de dividir nossas alegrias com o mundo, mas nossas tristezas, só com poucos conseguimos compartilhar. 
Motivos aleatórios me fizeram não contar para todos que gostaria, mas dentre os que compartilhei, com certeza são pessoas especiais que me ajudam a renovar a esperança além de mandar boas energias para que as coisas aconteçam.

Na verdade, quero contar logo o meu sucesso - quero contar logo para todo mundo que o meu milagrinho está a caminho. Os dias têm passado devagar, melhor eu apressar um pouco o passo. Parar de pensar é difícil para alguém tão ansiosa como eu. 

Então, se você ficou sabendo só agora, ou daqui algum tempo, não fique chateado (a). Contar de um problema assim é complicado - e se eu for te contar, você já sabe! Vai demorar algumas horas, pois gosto de explicar tudo nos detalhes <3






segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Gêmeos? Seria uma opção?

Durante esses últimos dias, tenho pensado muito na decisão que logo logo teremos que tomar: Implantar um ou dois embriões?

Das decisões que já tomamos, acho que essa vai ser a mais difícil. Pra mim, que vivo na internet lendo depoimentos e histórias de FIV's, sei o quanto é difícil e o quanto o percentual de sucesso é baixo. Para mulheres da minha idade, a taxa de sucesso gira em torno de 35% - ou seja, não são tão baixas assim, porém, não tão altas quanto eu gostaria, mesmo ganhando de lavada nos 20% de chances de se engravidar de forma espontânea (veja, a gravidez é um milagre! Uma combinação perfeita de tudo! Tudo tem que dar 100% certo para nascer um bebê perfeito). 
O problema é o custo. 
A técnica é cara! E a conversão, pode ser sim, baixa. O custo, na clínica que estou fazendo o tratamento é de R$ 21 mil reais (incluindo medicação e congelamento de possíveis embriões não utilizados na primeira tentativa). Li algumas histórias, do tamanho do sacrifício que vários casais fazem para poder ter, no final de 40 semanas, ou um pouquinho antes se o beber adiantar, seu pequeno "milagrinho". E muitas vezes, duas ou três tentativas estão fora de cogitação! Não podemos errar! 
Acho que também tem um "que" de psicologia aí... na primeira tentativa, imagino que a positividade seja muito grande. A expectativa que dê certo de primeira! Tem uma energia muito grande para que o sucesso do tratamento venha logo de cara. Penso, também, que numa segunda tentativa, a mulher mantém os pés no chão, pois na primeira, o tombo foi grande - sempre é, acho que a frustração é arrasadora. Elas têm muita coragem, pra juntar os caquinhos e tentar novamente.. Será que terei essa força? Será que terei essa coragem?
Mas então, se eu tenho 35% de chances de conseguir de primeira, qual seria o motivo de não implantar apenas 1 embrião e aguardar o sucesso, sem nem pestanejar? Muitos. Estou com medo, meu emocional é totalmente abalável! Sou daquelas que, quando algo dá errado, sinto que o mundo vai acabar e que não vai dar tempo de limpar o salão para dar uma nova festa. 
De TODAS as meninas que conversei no Baby Center, todas que opinaram sobre a situação foram unânimes sobre implantar 2 embriões!
Porquê? 
Engravidar, talvez seja a parte mais fácil do processo. Ter seu beta positivo após o FIV é uma vitória sim, porém, existe uma dificuldade em que o embrião resista à implantação no endométrio, levando a um aborto espontâneo em algumas semanas. Também tem outra situação: a gravidez anembrionária, que aparece, apenas no momento da ecografia, um saco gestacional vazio, ou seja, sem bebê. Aí é só esperar o aborto espontâneo :(
Pensando em tudo isso, eu conclui que quero ter duas chances! Eu quero ser a sortuda! Eu quero que dê certo de primeira! Se o resultado disso é nascerem dois pequenos milagrinhos, digam a todos que sim, gêmeos é uma opção!




Referências:





terça-feira, 16 de agosto de 2016

Ovodoação! Doação compartilhada..


Ontem fui ao meu médico. Primeira consulta como uma paciente de fertilização. 
Ao analisar minha histero, ele já foi enfático que apenas a FIV poderia me fazer engravidar novamente.
Tirei as dúvidas: para iniciar o tratamento, começamos a tomar medicação injetável a partir do 1º dia do ciclo (dia da menstruação). Essa medicação tem por objetivo uma super dosagem hormonal para amadurecer vários óvulos ao mesmo tempo, para então ser coletados após 12 ou 15 dias do ciclo. A medicação é super controlada, depois de 5 dias, eu terei que ir até a clínica fazer ecografia à cada dois dias, à fim de acompanhar o crescimento dos folículos. 
Depois da coleta, feita por um procedimento sob anestesia geral por gerar certo incômodo, via vaginal, é feito a Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI) já que no mesmo momento da coleta dos óvulos, se realiza também a coletada de sêmen por meio de masturbação. Nesse processo, um embriologista, após selecionar os óvulos maduros e os espermatozoides serem também selecionados, com a ajuda de um microscópio, o especialista injeta o espermatozoide para dentro do óvulo.
Pronto, agora só deixar a química e a biologia acontecerem e em 5 dias, mais ou menos, veremos se o embrião, cultivado no laboratório, chegou a fase de 8 células ou de blastocisto (mais de 200 células, embrião entre 6 a 7 dias). Então chegou a hora de implantar o embrião no útero. =)
Essa parte deve ser a mais emocionante, colocar seu neném dentro de você de novo! Esse procedimento, bem mais simples que a aspiração de óvulos é parecido com um exame ginecológico comum, sem incômodos ou anestesia. Após 14 dias, mais ou menos, fazemos o teste de gravidez e a mágica pode acontecer!!  E o Beta HCG pode indicar a gravidez. Que deu certo. Que o embrião fixou no endométrio.
Mas então, a dúvida que tive, foi na questão de implantar 1 ou 2 embriões. Ter gêmeos não seria fácil para a nossa estrutura, o Rafa não quer. Mas pensando pela matemática, duas chances é melhor que uma, certo? Depende. Depende da "qualidade dos embriões". Se o médico entender que a FIV resultou em pelo menos um ótimo embrião, vale a pena a tentativa para o resultado. Se forem dois mais ou menos, vale a pena tentar dois embriões, apostando todas as fichas na mesma tentativa.
- Mas Dr. não podemos errar, a grana é curta! 
- Não sei se seria o seu caso, mas vc já pensou em "Ovodoação" por doação compartilhada?
Não, não tinha. Funciona mais ou menos assim: Eu faço o tratamento com os hormônios para amadurecer os óvulos e, encontrando uma receptora, geralmente uma mulher que tem problemas nos ovários porém tem um útero perfeito, que precisa de óvulos para a FIV, e compartilho os óvulos resultantes da aspiração com ela. Em troca, ela custeia a minha FIV. Uma mão lava outra e as duas se ajudam, simples assim. 
Então é isso, a clínica vai procurar na lista de espera alguém que precise dos meus óvulos! Inclusive, hoje fiz ecografia dos ovários e tá cheinho de óvulo crescendo lá! Se Deus permitir, conseguiremos achar essa receptora e ainda ter óvulos suficientes para as duas! Fiquei pensando, às vezes o destino prega peças na nossa vida. Vai que o meu problema aconteceu para que eu pudesse ajudar outra pessoa no sonho de ser mãe! Vou ficar feliz em dobro se isso acontecer! 

Referências:
http://www.omeulaboratoriodesonhos.com/2014/02/o-que-e-um-blastocisto.html
http://www.procriar.com.br/fertilizacao-in-vitro-com-micromanipulacao-de-gametas-icsi  


segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Porquê FIVenta? Porquê escrever?

FIVenta: s.f.; Mulher que tenta, por meio da técnica de fertilização in vitro conceber um bebê; engravidar por meio da FIV; 

Resolvi compartilhar com outras mulheres, o caminho que venho trilhando junto com o meu marido para engravidarmos. Depois de 1 ano e meio de tentativas, e buscando soluções para realizar o sonho de ter meu segundo filho (primeiro do Rafa), chegamos à última e temida alternativa: A Fertilização in vitro. 
As primeiras 4 postagens contam um pouquinho do que passamos durante o período de tentativas! Espero que minha experiência ajude várias tentantes na busca de seu baby a não desistirem. Fácil não é, no nosso caso, mas seguimos na luta.


Eu sou a Tamires, tenho 27 anos, um filho lindo de 6 anos e um marido maravilhoso que merece se tornar pai! Esse é o nosso sonho.

Tentante parte IV

Dia 01 de junho de 2016
Marcamos a vídeo – que medo! Mas vai dar certo!!! Se Deus quiser, agora vai!
Fiz a vídeolaparoscopia, que viagem, nunca tinha feito nada com anestesia geral. O médico disse que abriu as trompas, deu para salvar! Vai dar certo!!!!  Na consulta de retorno, ele explicou sobre os riscos de ter uma gravidez ectópica e na possibilidade das trompas fecharem novamente, após a cicatrização, mas que eu poderia tentar, por um ciclo. Após isso, devo fazer a histerossalpingografia novamente (e dessa vez, eu já sabia pronunciar direitinho, como esquecer o nome do monstro que trouxe a má notícia da primeira vez?).
Namoramos muito no mês de Julho, em férias pelo Uruguai e Argentina, já estava prevendo que o baby teria sido concebido na viagem. Mas, na data prevista veio a menstruação! Que decepção. Que tristeza. Não deu. De novo. Acho que não consigo contar quantas vezes essa frase passou pela minha cabeça: É, não deu.
Dia 11 de agosto, às vésperas do dia dos pais, será que darei esse presente para o Rafa? Vai que deu dessa vez? Vamos fazer o Beta para a histero (já fiquei intima), pensei de novo em um Beta positivo – acima dos 25 m/L sangue. Não detectável. Meu pesadelo continua. Dia 12 de agosto, dia do exame que me deixaria aos prantos novamente. Pedi até folga no trabalho. As cólicas doem. O médico até brincou comigo, que eu voltei, tive a coragem de voltar – e que já sabia todos os passos, poderia comandar ali as etapas do exames – eu já chorava.  Estava nervosa, ansiosa. Era uma tentativa, mas a esperança que desse certo, que o contraste ia passar, e que eu não precisaria da FIV era maior que eu. Fiz, doeu. – Dr, passou o costraste? – Infelizmente, não. Sinto muito.
Acabaram as chances. Pranto. Choro, soluço. Até a enfermeira chorou comigo. Tentava me consolar, mas não conseguia. Eu simplesmente não conseguia parar de chorar.  Sai da sala e ao encontrar o Rafa, repeti mais uma vez: - Não deu.
Choro, choro, choro. Abafados no ombro dele.

Nesse dia decidimos: Vamos fazer a FIV. Nós queremos um filho e vamos realizar. Vai acontecer. Ele merece, será um ótimo pai, que sabe educar, que sabe dar carinho, que tem a postura de um pai. Aliás, o Pedro também merece um irmão, ele reclama que não gosta de brincar sozinho, e que o Rafa chega muito tarde pra brincar com ele.

Tentante parte III

Dia 04 de abril de 2016
Levantei a cabeça e fomos à consulta com a Dra. Rossana, não há muito o que fazer, Tamires, o ideal seria vocês partirem com um especialista em reprodução humana. Fertilização in vitro é o tratamento para se chegar à uma gravidez no nosso caso.
Mas o que o Google tem a dizer sobre isso? Google, no sentido mais amplo, são os artigos que lia incansavelmente, os depoimentos de outras mulheres que passaram pela mesma situação que eu, principalmente do Baby Center Brasil – onde escrevi pela primeira vez sobre o que acontecia comigo – e os sites de clínicas especializadas em fertilização. Google dizia que a vídeolaparoscopia poderia corrigir as trompas e a mulher poderia engravidar naturalmente. Aliás, li alguns depoimentos de mulheres que engravidaram. Vai dar certo! Quero fazer a vídeo!
Próximo passo: encontrar o tal especialista (de preferência que atendesse pelo plano). Encontrei o Dr. Gustavo, mas ele não realiza a cirurgia, quem faz a vídeo seria o Dr. Rafael, muito seguro na consulta (e muito atrasado também), já me passou todos os exames para a vídeo, não me explicou muita coisa, me deixou insegura, não gostei. Sei que médicos devem ser práticos e não se envolverem com sentimento nas questões dos pacientes, mas ele foi muito seco, objetivo ao extremo.  Pedi conselho sobre a minha escolha, já que também tinha agendado com o Dr. Cesar Cornel (para daqui um mês) uma consulta. Minha médica foi enfática: Decida por alguém que te opere e que siga com o tratamento, já que o Dr. Rafael era especialista em endometriose, ele não seria a melhor opção para alguém que buscava uma gravidez.
Meu Deus, que caminho comprido. Para minha sorte, a secretária do Dr. Cesar me liga – Tivemos uma desistência, você pode vir? – Claro que eu posso!
Eu e o Rafa fomos juntos, novamente. Ele explicou sobre o meu problema, explicou sobre a cirurgia e também sobre uma possível fertilização. Na verdade, ele deu uma aula! Foi ótimo! Me senti segura!
Mais exames. Agora foi a vez do mapeamento de endometriose. O pré-exame chatinho também. A médica falou que a obstrução das trompas foi causada por endometriose, ela via milhares de pontos de endometriose – inclusive no meu intestino. Mas gente, nunca fui de ter cólicas fortes, porque será que isso está acontecendo.
Com o resultado desse exame, o médico solicitou mais um exame, uma ressonância magnética para ver a que ponto meu intestino estava comprometido. Que pesadelo.  Se necessário fosse, eu precisaria de outro medico especialista nessa área para fazer a cirurgia.

Ressonância Magnética, que exame horrendo! Chato, demorado! Barulhento. Mas o resultado foi animador, finalmente! Nada de comprometimento em nenhum órgão interno. Poderei operar com o Dr. Cesar! 

Tentante parte II

Dia 6 de janeiro de 2016:
 - Dra, ainda nada de bebê!  
- Vamos repetir exames de sangue. E chegou a hora de conferir se a mamãe está ovulando. Partiu US seriada. Ela funciona assim: você vai à clinica de imagens a partir do 10º dia do ciclo, para ver se os folículos estão em desenvolvimento para a ovulação, e então retorna no 12º dia para ver se a ovulação aconteceu ou se precisa repetir no 14º dia. No meu caso, na segunda US seriada já constatamos:  Estou ovulando! Mas o que será que está errado comigo? Será que é incompatibilidade com o Rafa? Afinal eu já engravidei uma vez...
Então, fui apresentada ao monstro, chamado HISTEROSSALPINGOGRAFIA! Que nome estranho, não consigo nem pronunciar direito, histero, histero, o quê mesmo? Dúvidas, mais dúvidas! Googleeee? Exame com anestesia, que dói, cólicas, muitas cólicas. Ai meu Deus, que medo.  O plano não cobre com a anestesia o exame, então tive que encarar. Foi no dia 31 de março. Preparação para o exame super chatinho de fazer. No dia anterior fazer um Beta HCG (já pensou descobrir que já estou grávida?), utilizar supositório de glicerina, e tomar buscopan! Deve dar cólica mesmo...
Que monstro! Chegamos na clínica. Entrei na sala. O exame, na verdade, consiste em tirar radiografias enquanto o médico introduz um contraste na vagina para verificar se ele passa por toda a extensão das trompas, caindo na cavidade abdominal. Primeiro ele abre a vagina, como fazem no preventivo, em posição ginecológica; faz a assepsia (que dói); então introduz o cateter e “pinça” uma sonda lá no colo do útero (dói muito!); e devagarinho vai introduzindo o contraste de iodo, enquanto tira as radiografias. Ele introduziu pela segunda vez o contraste, pois da primeira, o contraste não passou, dessa vez ele faria com mais pressão, para que o líquido passasse. Não passou. Mais uma vez, pode ser? Vai que agora passe, se não passar, encontramos a causa da infertilidade. Não passou de novo. Que dor. Doeu muito, a cólica foi uma dor pífia à dor que senti em descobrir a causa. Trompas obstruídas. Nesse  dia fiquei em casa, não consegui trabalhar, não conseguia parar de chorar. Que tristeza, que dor, que dor!

O Rafa sempre mais otimista. – Agora já sabemos porquê não estava dando certo. Agora vamos tratar e vai dar certo! 

Tentante parte I

Dia 01 de janeiro de 2015 
       
Foi quando tudo começou. Sabe aquelas resoluções de ano novo? Sabe quando você deseja e encontra alguém que também deseja? Na verdade você deseja mais em satisfazer o desejo desse alguém do que somente desejar por si próprio. Então... meu desejo de ser mãe pela segunda vez só veio por ver o quanto o Rafa merece ser pai! Ele nasceu para isso. Ele sabe cuidar, sabe educar, sabe dar carinho, tem a postura de pai.
Desde o começo do nosso relacionamento eu já sabia: Terei mais um filho, um filho do Rafael.
Parei de tomar a pílula! Ufa! Agora é só esperar! E claro, consultar um médico. Mas já preciso de uma ginecologista/ obstétrica para já dar sequencia no pré-natal. Consultei com a Dra. Rossana no início de fevereiro. Ela me pediu os exames de rotina, de sangue e ecografias, para ver se estava tudo bem e também para iniciar com o ácido fólico. Fiz os exames de sangue. Tudo ótimo. Preventivo, também tudo certo. Ultrassonografia, opa! Problema! Cisto no ovário! Putz, e agora? Google? O que me diz disso? Calma Tamires, cistos são normais em determinado período do ciclo. Melhor falar com a Dra. - Dra, e esse cisto?  - Cisto são normais em determinado período do ciclo! (Igualzinho o que o google disse) – Temos que repetir o exame daqui alguns meses, enquanto isso, pode “namorar” bastante.
Ah, esqueci de falar, o aplicativo Period Calendar já estava à postos! Afinal, namorar no período fértil é imprescindível para o bebê vir!
E namoramos, namoramos, namoramos e nada!
Vamos tentando, daqui a pouco vem! E a cada menstruação que descia, uma decepção: Não foi esse mês, quem sabe mês que vem! Período fértil de novo, namoro, menstruação... que círculo vicioso, meu Deus! Foi tão fácil da outra vez. O Rafa disse que a minha ansiedade atrapalha, deve ser isso. Não vou ligar, seja o que Deus quiser, vamos focar em outra coisa, focar no trabalho, no corpo, fazer exercícios físicas, ajuda para uma gravidez saudável. Em seis meses voltei! A G.o. pediu que o Rafa fizesse o espermograma, para investigar se estava tudo bem com ele. Marcamos e o resultado foi um acalorado: Tudo normal! “Então namorem mais!”

E assim passou um ano.